quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Uísque 12 anos

Como eu sou subsidiado pelas mentes criativas e inteligentes desse Brasilzão bonito demais, vou de mais um conto enviado. Dica do meu querido irmão Rafael.

Uísque 12 anos

Um e um são dois. Dois e um são três…exatamente o número de vezes que ele esteve perto da morte, e consequentemente mais íntimo da vida. Antes do primeiro encontro, já tinha vencido a sua batalha terrestre. Com muito trabalho e esforço, conquistou seus sonhos e desejos pagãos, se apegou a eles e jurou que não abriria mão de nada. Por este motivo criou medo da morte, como se somente ela fosse capaz de lhe arrancar tudo.

- Na primeira vez quase arrancou mesmo. A gilete de barbear lhe tirou sangue suficiente para encher um copo de suco. Foi socorrido pelo vizinho que viu um vulto negro passar pelo corredor que divide as duas casas.

- Em outra ocasião, sentiu que suas veias foram enxarcadas de uma adrenalina incontrolável, uma dor no peito e uma semana numa cama de hospital. O infarto foi quase fulminante.

- Da última vez que se encontrou com a dita cuja, sentiu que não voltaria mais. Em meio à febre ardente, visão densa e turva, procurou agarrar-se em um dos braços de uma lucidez cada vez mais longe. Naquele momento soube que teria que negociar. Soube também que deveria abrir mão, do contrário o preço a ser pago seria alto demais. “Menos uisque 12 anos, por mais 5 anos de vida”. Fechado!

Aceitou a vida e também aceitou a morte, pois percebeu que viver é morrer lentamente.

(anônimo - eu acho)

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